quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Caralluma Fimbriata: o emagrecedor da vez

Um cacto indiano tem dado o que falar. Busque o nome Caralluma Fimbriata na web e você verá uma infinidade de textos exaltando os efeitos milagrosos deste novo suposto emagrecedor. No entanto, sempre que aparece uma dessas promessas fantásticas de perda de peso surge aquela dúvida: isso funciona mesmo? De acordo com Ceci Lopes, presidente da SOBRAFITO (Associação Médica Brasileira de Fitomedicina), a principal vantagem do tratamento é o fato de ser 100% natural. "Não é um remédio, é uma planta. Os emagrecedores do mercado são substancias químicas", esclarece.

O que é?

Segundo a especialista, a Caralluma é uma fibra vegetal obtida a partir do extrato seco de um cacto de origem indiana. A descoberta do medicamento foi resultado de um estudo envolvendo povoados da Índia que mastigavam o cacto em sua preparação para grandes viagens, no intuito de inibir o apetite. O uso se tornou cultura na região por séculos. Nesses povoados, a planta é normalmente consumida de três formas: cozida, em conserva e até mesmo crua.


Os efeitos que buscavam os grandes viajantes indianos coincidem com as demandas atuais do público feminino: redução de peso sem perda de energia. Lopes explica como a planta funciona no organismo: "Ao chegar ao estômago, ela gera uma sensação de saciedade. E, assim, diminui o apetite da usuária. Mas esse tempo de saciedade é breve, já que, quando a planta é digerida, a sensação termina".
Sem milagres


O uso secular da fibra aponta efeitos colaterais mínimos. No entanto, o endocrinologista Antônio Carlos do Nascimento, da Montenegro Cirurgia Plástica, alerta: "Como o resultado depende muito da conduta dietética do paciente, não existe magia nem mesmo para medicações de caráter mais agressivo no tratamento da obesidade".


O nutricionista José Egídio de Oliveira faz coro com o endocrinologista. "É preciso ter cuidado com a euforia. Não existe nenhum estudo científico que comprove os efeitos da Caralluma. As respostas são muito individuais. Existem resultados isolados de pessoas que usaram e se deram bem", adverte ele. Ceci Lopes corrobora: "Não podemos nos basear nos relatos de uma vizinha que conseguiu emagrecer usando a Caralluma".

Dica às iniciantes


A médica especializada em fitoterapia dá a dica para quem pretende iniciar um tratamento à base da planta: "O ideal é procurar um médico que realize um diagnóstico sobre uma possível obesidade. Se ele considerar uma opção de tratamento indicado para o caso, aí, sim, o uso será adequado".


Um controle dietético com a ajuda de um profissional é fundamental. "As pessoas ficam eufóricas com o que leem na internet e fazem usos completamente desregulados. Um tratamento sem a observação de um profissional pode retardar ainda mais a solução do problema", revela Lopes.

Consultada pelo Bolsa de Mulher, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) faz um alerta sobre o uso indiscriminado do medicamento. A Caralluma, comunica a agência, ainda não tem registro no cadastro oficial de medicamentos vendidos no Brasil. Por outro lado, como não é um remédio de distribuição controlada, a exemplo dos conhecidos popularmente por "tarja preta", a venda pode ser feita através de uma farmácia de manipulação devidamente autorizada pela Anvisa, com a apresentação da prescrição médica. A partir da prescrição, o órgão de fiscalização do Ministério da Saúde considera a responsabilidade sobre o uso do medicamento do profissional que o receitou
Retirado do site: http://msn.bolsademulher.com/corpo/caralluma-fimbriata-o-emagrecedor-da-vez-103700.html.

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